Nos últimos três anos a doença levou a óbito mais de 12 mil pessoas no Brasil
Em 18 de junho celebra-se o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Rim, e a Sociedade Brasileira de Urologia do Rio Grande do Norte (SBU-RN) realiza ao longo do mês mais uma edição desta campanha. A finalidade é alertar sobre a doença, fatores de risco, formas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce para o aumento das chances de cura.
O câncer de rim corresponde a cerca de 3% dos tumores malignos urológicos e tem entre seus principais fatores de risco o tabagismo. Entre 2021 e 2024, esse tipo de câncer levou a óbito 12.414 pessoas no Brasil, das quais 4.514 eram mulheres e 7.900 homens, segundo os dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade do Ministério da Saúde.
O câncer de rim geralmente é uma doença silenciosa e não costuma apresentar sintomas no estágio inicial. Por isso, os especialistas ressaltam a importância da realização de exames de rotina e consultas com um urologista como uma das formas de prevenção e diagnóstico precoce. Se identificado precocemente, as chances de cura são de 90%, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
“Gostaria de incentivar a rotina do paciente em buscar auxílio, ir ao seu médico, fazer seus exames de rotina, ver como está o diabetes, o colesterol. Um simples exame de imagem, muitas vezes, nos ajuda a detectar essa doença que, em estágios iniciais, já permite a cura em mais de 90% das vezes. Então, às vezes, um simples ultrassom, realizado no exame de rotina, nos permite detectar e tratar a doença precocemente”, destaca o urologista e presidente da SBU-RN, Rafael Pauletti.
Nos estágios mais avançados, os sinais mais comuns são dor na lateral da barriga e/ou na lombar; dor nas costas; inchaço abdominal e nas pernas; presença de uma massa no abdômen ao apalpar; sangue na urina; febre; perda de peso; perda de apetite; anemia; e cansaço. Entretanto, apresentar um ou mais sintomas desses não significa necessariamente a presença da doença, sendo imprescindível a consulta médica para diagnóstico e tratamento adequado.
O estilo de vida influencia na ocorrência do câncer de rim. A escolha por hábitos saudáveis, como boa alimentação, controle de peso e colesterol, prática regular de atividade física e a realização anual de check-ups e exames de rotina são medidas de prevenção. Entre os fatores de risco estão a hipertensão, obesidade, sedentarismo, histórico familiar, exposição a materiais tóxicos e síndromes, como de von Hippel-Lindau. Entretanto, o principal fator de risco para o acometimento da doença é o tabagismo.
“A principal função dos rins é filtrar o sangue e eliminar resíduos. As substâncias cancerígenas presentes na fumaça, após absorvidas pelos pulmões, entram na corrente sanguínea e atingem os rins em alta concentração. Essas substâncias podem danificar o DNA das células e levar a mutações que podem evoluir para o câncer”, explica o urologista e membro da SBU-RN, Daniel Medeiros.
O presidente da SBU-RN, Rafael Puletti, explica ainda que há diversas formas de tratamento para a doença e reforça a importância dos exames de rotina para a saúde dos rins. “Aquele paciente com mais de 50 anos que vai ao médico, solicite que faça um ultrassom, que faça um exame simples de imagem, que já consegue detectar pequenas lesões nos rins. E aí sim, pode encaminhar ao urologista para fazer o tratamento adequado para cada caso. Quando identificada a doença, o tratamento pode ser cirurgia, radioablação, crioterapia, ressecções parciais. Os exames são essenciais também para analisar como está o funcionamento do órgão em si, a filtração. Pacientes diabéticos, hipertensos precisam ter atenção a isso também. Não deixem de se cuidar, não deixem de procurar o seu médico e fazer seus exames de rotinas”, finaliza.
Por meio das redes sociais e entrevistas na imprensa, especialistas da SBU-RN vão esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, como fatores de risco, prevenção, tratamento e estatísticas do acometimento do câncer de rim no Brasil. A campanha acontece simultaneamente em todas as seccionais da SBU no país.