Adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação provisória e semiliberdade no Casep Metropolitano e no Casemi Nazaré, em Natal, têm a oportunidade de conferir a 14ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, realizada entre os dias 15 de maio e 22 de junho de 2025.
As unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Norte (Fundase/RN) – ente do Governo do Estado que executa medidas socioeducativas em meio fechado – recebem o evento realizado pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, em parceria com o Departamento de Cinema e Vídeo da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói). O tema da edição é “Viver com dignidade é direito humano”, incentivando reflexões sobre cidadania e liberdade por meio da sétima arte.
A adesão das unidades reforça o compromisso com a promoção da cidadania e da educação em direitos humanos no contexto da socioeducação. Em todo o país, participam espaços como cineclubes, instituições educacionais, museus, bibliotecas, equipamentos culturais, coletivos, movimentos sociais, associações, organizações da sociedade civil (OSCs), Pontos e Pontões de Cultura.
O Casemi Nazaré exibiu dois curtas-metragens na terça-feira (20). A sessão inaugural contou os filmes Abá e Belos Carnavais, seguidos de discussões mediadas pelos socioeducadures, promovendo um espaço de escuta, diálogo e análise crítica. As conversas possibilitaram uma abordagem sensível e educativa sobre os direitos humanos e as dinâmicas sociais, religiosas e culturais representadas nas obras.
Com o título que significa “esperança” em iorubá, Abá mergulha na valorização da cultura africana como parte fundamental da identidade brasileira. O curta destaca as religiões afro-brasileiras, os legados históricos da diáspora africana e o enfrentamento ao preconceito racial, promovendo uma reflexão profunda sobre as raízes culturais do Brasil e as desigualdades sociais ainda presentes.
Já Belos Carnavais conta a história de Dadinho, um sambista que, ao lado da neta, se dirige ao velório do irmão, também sambista, porém de uma escola rival. A narrativa aborda rivalidades, laços familiares e tradições da música, revelando as complexas relações que permeiam o universo das escolas de samba.
A Mostra conta com 12 obras, todas com recursos de acessibilidade, como legendagem descritiva e tradução em Libras. Veja lista:
● Marina Não Vai à Praia, de Cássio Pereira dos Santos (Ficção, 17 minutos, MG – Livre)
● Marés da Noite, de Juliana Sada e Noemi Martinelle (Animação, 7 minutos, SP – Livre)
● Abá, de Raquel Gerber – (Documentário, 5 minutos, SP Livre)
● Máquinas de Lazer, de Italo Zaccaron (Documentário, 10 minutos, SC – Livre)
● Fluxo – O Filme, de Filipe Barbosa (Ficção, 14 minutos, SP – 12 anos)
● Belos Carnavais, de Thiago B. Mendonça (Ficção, 16 minutos, SP – Livre)
● Sem Asas, de Renata Martins (Ficção, 20 minutos, SP – Livre)
● Água Rasa, de Dani Drumond (Ficção, 20 minutos, MG – Livre)
● Mansos, de Juliana Segóvia (Ficção, 20 minutos, MT – 12 anos)
● Mborayhu Ñemoheñoi: A Luta das Mulheres Avá Guarani, de Carol Mira (Documentário, 20 minutos, PR – Livre)
● Lapso, de Caroline Cavalcanti (Ficção, 20 minutos, MG – 10 anos)
● Sobre Amizade e Bicicletas, de Julia Vidal (Ficção, 12 minutos, PR – Livre)