Há sete anos, o aHAYá de Rua transforma as ruas da Potilândia em um espaço vibrante de celebração, memória e convivência. Com entrada gratuita, programação diversa e um forte envolvimento comunitário, o projeto se consolidou como um dos eventos juninos mais significativos de Natal, tanto pela dimensão cultural quanto pelo impacto social e econômico gerado. Em 2025, no entanto, a realização da sua oitava edição ainda é incerta.
A instabilidade se deve, principalmente, à dificuldade em garantir recursos por meio das leis de incentivo à cultura. Em 2025, o projeto foi aprovado na Lei Municipal Djalma Maranhão, mas a redução de 50% no teto de renúncia fiscal disponível, imposta após reformulações recentes na legislação, comprometeu o acesso a recursos. Mesmo com duas empresas já alinhadas à proposta, o limite foi atingido antes que o aHAYá pudesse finalizar seu processo junto à Secretaria de Tributação.
Agora, a produção busca alternativas por meio da Lei Estadual Câmara Cascudo e também pela mobilização de novos parceiros interessados em somar à continuidade do projeto.
A situação do aHAYá de Rua ilustra um quadro maior, vivido por diversas iniciativas culturais da cidade e do estado, que dependem de mecanismos públicos de fomento para se viabilizarem. Quando um projeto como o aHAYá é ameaçado, não se perde apenas um evento, perde-se um espaço de encontro, de identidade coletiva, de geração de renda e de formação cidadã.
Em sua edição mais recente, realizada em 2024, o aHAYá de Rua reuniu um público estimado em 12 mil pessoas em dois dias de festa, envolvendo mais de 100 profissionais de cultura, entre artistas, técnicos, produtores, comunicadores e prestadores de serviço. O evento também promoveu uma expressiva ação de solidariedade, arrecadando 10 toneladas de alimentos que beneficiaram 22 instituições e cerca de 1.500 famílias. Toda essa mobilização se dá de forma democrática e inclusiva, com acesso livre e atividades pensadas para diferentes faixas etárias e contextos sociais.
“O aHAYá de Rua, representa tudo que eu aprendi sobre Cultura viva, de acesso e para todos os públicos, ele tem identidade de um projeto na sua concepção de base cultural. Eu Nasci e cresci na Potilândia, vivenciando um dos maiores festejos de arraiá de rua do Nordeste e infelizmente também acompanhei o fim dele, o memorável arraiá da Esmeralda. E eu estou vendo o aHAYá crescer com cuidado, amor e respeito e eu me recuso a vê-lo morrer”, afirma Haylene Dantas, idealizadora e produtora do projeto.
A organização do evento segue empenhada na articulação com empresas, parceiros e apoiadores que compreendam o papel estratégico da cultura para o desenvolvimento sustentável e a coesão social. A manutenção de projetos como o aHAYá de Rua depende da convergência de esforços entre sociedade civil, poder público e iniciativa privada, não como esferas concorrentes, mas como agentes complementares na construção de um futuro culturalmente ativo.
Empresas interessadas em apoiar a realização do aHAYá de Rua 2025 podem entrar em contato com a produção para mais informações sobre cotas, contrapartidas e mecanismos de incentivo fiscal disponíveis. A festa continua e o convite à colaboração está lançado.
Para mais informações, entrar em contato: hdproducoess@gmail.com