A Escola Municipal Nossa Senhora da Apresentação, situada na zona norte da capital, vem desenvolvendo um projeto de oficinas de teatro, que está mudando a vida de dezenas de estudantes. O projeto, por meio da Companhia Âmago Teatral, é coordenado pela professora de teatro, Glícia Fernandes Bezerra Gomes, que leciona Artes nas turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. As atividades permitem que os estudantes possam se expressar, desenvolver habilidades artísticas e trabalhar questões importantes como respeito, empatia e superação de desafios.
A professora Glícia Fernandes explica que alguns estudantes iniciaram o projeto com baixa autoestima, ansiedade, preocupações com o futuro e com a violência urbana. “As oficinas estão ajudando para que as crianças e pré-adolescentes sejam mais empoderados e confiantes”. E completou: “Nas oficinas trabalhamos por meio da improvisação teatral, de jogos dramáticos e teatrais, e exercícios de aquecimento. Abordamos temas do dia a dia, partindo do conhecimento de mundo, questões que eles identificam em casa, na rua, trabalhamos sempre em parceria com a gestão da escola, pois um dos objetivos é despertar no estudante o senso crítico”, finalizou Fernandes.
O grupo se reúne semanalmente para desenvolver as oficinas teatrais, com temas diversos do cotidiano, incluindo opressão e abuso de poder, como é o caso do atual trabalho, uma peça intitulada “Muito Prazer, Eu Me Chamo Respeito”. A peça trabalha questões de bullying no ambiente escolar, e está sendo desenvolvida coletivamente, desde a dramaturgia, pelos estudantes, e a orientação da professora.
“Estou ensaiando para o papel da narradora da trama, e a professora Glícia tem me ajudado bastante, estou perdendo a vergonha e podendo realizar um sonho, que é ser atriz um dia”, afirmou a estudante Franciele Vitória Domingos Tavares, de 11 anos.
Já Davi Luiz da Silva Barbosa, de 10 anos, que participa das oficinas há cerca de dois meses, também está gostando das aulas. “É muito legal, estou adorando participar, porque o meu sonho é ser ator, desde pequenininho, então quando eu fiquei sabendo sobre as aulas de teatro, fiquei muito feliz e fui o primeiro da minha sala a dizer que queria participar”, lembrou.
Atualmente o grupo conta com 38 estudantes, incluindo dois estudantes com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Maria Cristina Freitas de Sena, mãe da aluna Mariana Ludmilla Sena, está feliz com a participação da filha. “Ela sempre fala que está gostando, percebo que antes era mais tímida e que agora está mais comunicativa. Está ajudando até na hora de apresentar os trabalhos na escola, então é uma autonomia maior para a minha filha se desenvolver nos estudos, na comunicação e na vida”, elogiou a mãe.
O diretor administrativo-financeiro da escola, Edson Crézio Lopes Barbosa, ressaltou que a oficina de teatro é uma excelente oportunidade para os estudantes da escola. “As oficinas oferecem um ambiente lúdico para as crianças desenvolverem a criatividade, expressão corporal e habilidades de comunicação”, finalizou o gestor.