Promovida pelo Núcleo de Arte e Cultura (NAC) da UFRN, a Roda de Conversa sobre a exposição (Ser)tão Mário ocorreu na última quarta, 28 de agosto, na Galeria Conviv’Art, de forma semipresencial. O encontro contou com a presença dos professores convidados José Clewton, do Departamento de Arquitetura (DARQ), João Natal, coordenador da Pinacoteca do RN, Regina Johas e Teodora Alves, do Departamento de Artes (DEART), e Rosângela Francischini, do Departamento de Pessoal Pensionista Civis.
O evento tratou do escritor Mário de Andrade, um nome emblemático no que diz respeito aos estudos da cultura brasileira e suas manifestações populares que, em conjunto com outros artistas e intelectuais, desencadeou o movimento da Semana de Arte Moderna no início do século 20. Aqui no estado, ele ficou conhecido como o doutor que veio estudar boi, em alusão à manifestação do boi de reis, simbolismo cultural representando certamente os diversos autos e folguedos registrados pelo escritor.
De acordo com Teodora Alves, diretora do NAC, que coordenou a ação, o foco foi a passagem de Mário de Andrade no Rio Grande do Norte, ocorrida entre dezembro de 1928 e janeiro de 1929. Com a missão de estudar “esse Brasil mais profundo”, ele veio ouvir, registrar e refletir sobre a relação entre o estado e a importância do patrimônio brasileiro.
Segundo a professora Rosângela Francischini, que proferiu a palestra Mário de Andrade: de Congregado mariano às pesquisas sobre religiões de Matrizes Africanas e Ameríndias, ocorrida no primeiro momento do evento, a intenção foi ressaltar os registros importantes do escritor, principalmente sobre as manifestações que ele nomeou como Danças Dramáticas. “Abordei-as considerando o RN como um estado importante na viagem pelo Nordeste, registrada de várias formas, mas centralizei minha fala a partir dos registros em O Turista Aprendiz”, explica Rosângela.
Já o discente de Artes Visuais Renato Martins, que compareceu à roda de conversa, disse ter achado relevante o encontro. “É interessante o diálogo sobre Mário de Andrade e a sua passagem pelo estado, durante esse período modernista, e como isso se relaciona com as questões folclóricas populares daqui. Até porque eu participo de um grupo de pesquisa que envolve a divulgação da arte popular daqui do RN, o Vernáculo”, comenta Renato.