A casa que costuma socorrer os filhos de famílias consideradas carentes, na comunidade de Mãe Luiza, hoje está necessitando de ajuda para manter as atividades. O trabalho realizado na Escolinha de Surf Filhos de Mãe Luiza, une esporte e ensino para tirar os jovens da rua. O princípio básico da ação, coordenada pelo professor Francisco Ventura, é dar uma chance para que crianças e jovens da comunidade possam dispor de uma opção de futuro melhor que a dos seus pais. O pedido de socorro serve como um grito de alerta a classe empresarial e as entidades governamentais que possam somar forças dentro desse trabalho social.
Todo e qualquer tipo de doação, segundo o organizador do projeto, será bem-vinda, principalmente de alimentos, mas existem itens como material de limpeza, de uso pessoal, além de materiais escolares, que, hoje, exigem uma maior urgência de chegar no projeto. Além de atividades como surfe, jiu-jitsu e balé, a casa também promove o reforço escolar para os jovens abrangendo da primeira à quinta série, sendo que tudo isso ocorre a custo zero para as famílias, uma vez que todo material necessário é distribuído para o aluno.
Por isso está sendo solicitado, a quem tiver condição de contribuir, as seguintes doações: 20 cadernos (1 matéria), 20 apontadores, 20 borrachas, um tubo grande de cola branca, 10 unidades de giz de cera, 10 lápis de cor, 10 canetas de hidrocor, 20 lápis grafite, 20 pinceis, 20 tesoura sem ponta, 10 unidades de tinta guache com cores diversas e 3 resmas de papel A4.
“A nossa necessidade é diária, as crianças da comunidade são muito participativas, mas nossa atividade é desenvolvida num bairro de muitas carências e nem sempre as doações chegam a tempo. Essa semana mesmo nós, professores e funcionários da escolinha, tivemos de fazer uma cota para garantir o café servido às crianças. É muito triste quando um aluno chega aqui, pergunta se vai ter lanche e a gente sabe que não terá nada para oferecer a esse menino”, reforçou Ventura.
Francisco Ventura é militar da reserva da Marinha e sempre foi adepto da prática de esportes. Morador da comunidade de Mãe Luíza teve a ideia de criar o projeto, justamente, no sentido de afastar as crianças do bairro da marginalidade. “Mãe Luiza tem muita coisa boa”, exalta.
A necessidade de ampliar a rede de solidariedade e a corrente do bem, se dá pelo fato de o projeto atender semanalmente cerca de 230 crianças, mais 80 adolescentes. O grupo atua nas áreas de assistência social, cultura e artes, desenvolvimento comunitário, educação, esportes, meio ambiente e saúde. No local são oferecidos cursos de balé, música e fotografia.
“Nós temos uma rede de apoio, pessoas que trabalham conosco há mais de vinte anos, como é o caso da Ecológica da Ar Surf School, que sempre estão nos fazendo doações de materiais usados nas aulas de surfe. A Orto Rio faz dez anos que também está ao nosso lado, além da Clan, que sempre envia seus produtos para contribuir na alimentação da criançada. Outras pessoas ajudam, mas preferem não divulgar. Então eu não tenho mais cara para pedir mais nada a esse grupo de apoio, o que pretendemos mesmo é ampliar essa importante rede de doações para que todo mundo contribua com um pouco, porque não desejamos explorar ninguém”, destacou Francisco Ventura, salientando que a escolinha de surfe já tem 23 anos.
Além de apelar as empresas, o grito de socorro também é direcionado à própria sociedade, de um modo geral, uma vez que a instituição também aceita doações de roupas, móveis e brinquedos.
Com informações da Tribuna do Norte