Um acordo de cooperação vai viabilizar a construção de uma nova estação científica no arquipélago de São Pedro e São Paulo. A estrutura representa a terceira geração de estações construídas no arquipélago desde 1998, quando a primeira foi inaugurada.
A atual estação foi erguida em 2008 e é onde são desenvolvidas pesquisas apoiadas diretamente pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os pesquisadores realizam monitoramento de aves marinhas de três espécies que se reproduzem no local: Atobá-marrom (Sula leucogaster), Viuvinha-preta (Anous minutus) e Viuvinha-marrom (Anous stolidus).
Na ilha, também são monitoradas as populações de tubarões por meio do Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (GEF Mar). As espécies mais comuns são o Tubarão-lombo-preto (C. falciformis) e o Tubarão de Galápagos (C. galapagensis) que chegou a ser declarada extinta após um longo período sem ocorrência, mas vem se recuperando após a proibição da pesca de espinhel próximo ao arquipélago galapagensis.
Outra área de pesquisa é o monitoramento da pesca de linha de mão e corrico (com o barco em movimento) realizada no entorno do arquipélago. Além dessas, também são realizadas pesquisas científicas no âmbito do Programa Arquipélago, coordenado pela Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM).
A área do arquipélago é protegida por duas unidades de conservação federais desde 2018: Área de Proteção Ambiental (APA) do Arquipélago de São Pedro e São Paulo e Monumento Natural do Arquipélago de São Pedro e São Paulo.
Arquipélago
O arquipélago de São Pedro e São Paulo é formado por ilhas oceânicas localizadas na faixa equatorial, entre a América do Sul e a África, que despertam grande interesse da ciência. As ilhas se elevam a cerca de 18 metros na superfície e formam a parte visível de formações rochosas de mais de 4 mil metros de profundidade. Sua localização estratégica permite ao Brasil incorporar uma área marítima de 450.000 km² – maior que o estado de Goiás – à Zona Econômica Exclusiva brasileira.
As ilhas constituem refúgio da biodiversidade no meio do Atlântico. O arquipélago serve de referência como ponto de repouso e alimentação de aves e peixes migratórios. Mais de 2 mil pesquisadores já estiveram no arquipélago, considerado um laboratório a céu aberto para muitos campos da ciência, como geologia, oceanografia, biologia e sismologia.