Profissional da Saúde alerta para os riscos advindos do uso: “é tão perigoso quanto o cigarro tradicional”
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu na última sexta-feira (19) manter a proibição da comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento e propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), também conhecidos como cigarros eletrônicos, vapes ou pods. A vedação a estes produtos está em vigor desde 2009 no Brasil, no entanto, o número de usuários aumentou 600% de 2018 a 2023 no país, atingindo quase 3 milhões de pessoas, de acordo com um levantamento realizado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica).
Apesar de inicialmente parecerem menos prejudiciais quando comparados ao cigarro tradicional à base de tabaco, profissionais de saúde alertam que os cigarros eletrônicos podem ser igualmente danosos. Rita Porto, coordenadora do curso de Enfermagem da Estácio, destaca que, inicialmente, acreditava-se que os cigarros eletrônicos poderiam auxiliar no processo de desmame de fumantes, tornando a abstinência menos difícil. Entretanto, foi constatado que eles são tão ou mais perigosos que os cigarros convencionais, não sendo mais recomendados para esse fim.
“Geralmente, eles contêm líquidos aromatizados, com uma variedade de sabores, o que os torna mais atrativos. No entanto, assim como os cigarros tradicionais, também contêm nicotina e outros componentes prejudiciais à saúde”, destaca a profissional.
Entre as consequências do uso contínuo estão doenças pulmonares crônicas como bronquite e enfisema, diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado), doenças coronárias como angina e infarto, e doenças cerebrovasculares como acidente vascular cerebral.
A profissional de Saúde reforça ainda que a fumaça produzida pelos cigarros eletrônicos causa efeitos nocivos tanto para o usuário quanto para as pessoas ao redor. “Os efeitos são tão graves quanto os do cigarro convencional e podem se manifestar a curto prazo, especialmente entre os jovens, que são os principais usuários desses dispositivos”, explica Rita. “É uma droga, pois cria dependência no usuário e traz diversos malefícios para a saúde. Portanto, é um problema de saúde pública e devemos estar atentos ao seu uso, orientando a população sobre as consequências negativas”, adverte.