Partindo de experiências pessoais, leituras e observações, a artista potiguar Geovana Grunauer aborda feridas e dores pelas quais muitas mulheres vivenciam, mas também enseja movimentos de mudança e rotas de fuga.
A partir desta sexta-feira, dia 22 de março, às 19h, a Margem Galeria abrirá suas portas para a primeira exposição individual da artista potiguar Geovana Grunauer. A vernissage de “Corpos Cerceados” contará com uma ambientação sonora de ambientação sonora de Sanskâra Drone Ensemble (Alex Duarte), com participação de Filipe Ribeiro. A entrada é franca.
Composta por 10 obras que abrangem pintura, fotoperformance e sketchbook, a exposição, sob a curadoria de Paula Lima e João Oliveira, convida os espectadores a mergulharem em uma narrativa autêntica e não idealizada da condição de ser mulher.
Aos 27 anos e depois de uma série de participações em exposições coletivas, Geovana tem se destacado pelo diálogo entre arte e gênero, desconstruindo normais sociais e convidando à reflexão sobre poder, identidade e autonomia.
Questões de alteridade nas relações humano x humano e humano x animal também permeiam suas pesquisas e podem ser observadas em obras como “Corte na linha tracejada”, “Sem Título (Tetas)”, “Sob-domesticação afetiva”, “Não esquecer de Tatiane Spitzner”, dentre outras.
De acordo com Geovana, “Corpos Cerceados” instiga a um exercício de se colocar no lugar do outro. “A exposição é sobre o que nos afeta. Corpos destituídos de sua subjetividade. Corpos vistos como carne. É contra o que inibe, o que objetifica, inferioriza e fere”, comenta a artista.
O trabalho artístico de Geovana parte de experiências pessoais, leituras e observações, mas não se limita às dores e fragilidades, e busca também inspirar movimentos de mudança e rotas de fuga, simbolizados, por exemplo, no uso de sangue menstrual em algumas pinturas, como na obra “Autorretrato em tempos de negligência e fragilidade física e mental”. Segundo a artista, uma forma de compreensão e cura “de dentro pra fora”, onde o que “o corpo expurga é necessário para se renovar, e a dor é consequência”.
A exposição “Corpos Cerceados” foi aprovada na Seleção Pública de Emergência Cultural – Lei Paulo Gustavo de Apoio às Áreas Culturais. Tem da produção da Margem Hub (@margem.hub), acessibilidade por Oficina da Audiodescrição (@oficinadaaudiodescricao) e realização da Prefeitura do Natal, Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Vernissage “Corpos Cerceados”
Dia 22 de março, às 19h
Local: Galeria da Margem Hub (Rua da Sheelita, 59, Lagoa Nova)
Entrada gratuita
Visitação até 26 de abril.
Sobre a artista
Geovana Grunauer, 27 anos, é artista visual e arte-educadora formada pela em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sua linha de pesquisa insere-se no campo relacional entre arte e política, com ênfase em problemáticas de cunho social e de gênero, permeando questões de alteridade nas relações humano x humano e humano x animal.
“Corpos Cerceados” é a primeira exposição individual da artista. Antes, integrou as mostras coletivas “60 anos 60 olhares”, no NAC/UFRN, em 2019, “Confluências”, no Museu Câmara Cascudo, em 2020. “Expo contemporânea 2021”, do Duas Estúdio. Em 2023 participou do Festival Internacional de Performance FUNDO, em Pelotas/RS, “Salão Pequenos Formatos”, na Galeria Margem, e “Sou definida pelo que não sei”, na Pinacoteca Potiguar.
Sobre a Margem Galeria
Fundada em 2018, sob a coordenação da produtora Paula Lima e do fotógrafo João Oliveira, a Galeria Margem assume como missão a divulgação e promoção da fotografia e da arte contemporânea emergente do nordeste brasileiro.
Localizada no Margem Hub, possui espaços destinados à exposição e comercialização de obras selecionadas rigorosamente pelo nosso corpo curador. Ao estimular o circuito da arte contemporânea, a Galeria Margem busca atuar como uma plataforma de intercâmbio e aprimoramento da fotografia potiguar e das produções e processos em arte contemporânea, estendendo sua atuação à feiras, festivais, workshops e lançamento de publicações.