Estudo resultou na publicação de um artigo em famosa revista internacional e lança luz sobre a influência de distúrbios metabólicos no surgimento de Alzheimer e demência
Um grupo de professores do curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país, e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGB/UnP) tiveram pesquisa que relaciona o Alzheimer com distúrbios metabólicos publicada na revista Science Direct. O periódico tem fator de impacto 13.1, ou seja, maior conceito entre as revistas científicas ligadas ao tema demências.
“Quanto maior o fator de impacto, maior a visibilidade internacional dos periódicos científicos, o que faz que a revisão publicada atinja grande público em todo o planeta e entre a comunidade científica”, explica o professor doutor, Ricardo Cobucci.
Com o título “Distúrbios metabólicos hepatopancreáticos e suas implicações no desenvolvimento da doença de Alzheimer e da demência vascular”, o estudo é uma revisão bibliográfica sobre o tema e identifica mecanismos do organismo, como a resistência à insulina e outras doenças estão relacionados a alterações no metabolismo hepático e pancreático. Essas condições são capazes de causar alterações cerebrais que podem levar à demência.
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a manutenção de um metabolismo saudável da glicose no cérebro deve ser um foco prioritário da prevenção do Alzheimer e da demência vascular, uma vez que constitui uma estratégia viável de preservar a resiliência cognitiva e melhorar a progressão das doenças do cérebro.
“A nutrição tem um profundo impacto no envelhecimento e nas doenças relacionadas com a idade, como a demência, e novos ensaios clínicos são importantes para comprovar a eficácia das intervenções nutricionais na contribuição para o estado fisiológico do funcionamento do fígado e do pâncreas, bem como na prevenção da demência”, ressalta o professor doutor Fausto Pierdoná Guzen, outro participante da pesquisa. Além deles, participaram do estudo os professores doutores Francisco Irochima Pinheiro, Irami Araújo Filho, Eduardo Pereira e Amália Rêgo.
Relevância
A relevância da pesquisa se dá pelos altos números de incidência da doença, uma vez que dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) apontam que o número de brasileiros e brasileiras que já sofrem com os efeitos neurodegenerativos de ambas as doenças é de 1,2 milhão.
“A Organização Mundial da Saúde estima que doenças cerebrais degenerativas afetam cerca de 35 milhões de pessoas em todo o mundo, número que deve dobrar em 2030. Diante deste cenário preocupante, nossa pesquisa se soma a tantas outras com foco no desenvolvimento de intervenções seguras e eficazes”, finaliza a coordenadora do PPGB/UnP, professora doutora Amália Rêgo.