Contador orienta maneiras para incentivar relação saudável com o dinheiro desde a infância para evitar relação problemática com dinheiro na vida adulta
Para algumas crianças, o período escolar já começou e a volta às aulas pode ser a oportunidade perfeita para pais e responsáveis introduzirem a temática da organização financeira para os filhos, aumentando assim a responsabilidade dos pequenos e ensinando como cuidar do seu dinheiro de forma equilibrada.
Para o contador e docente do curso de Ciências Contábeis da Estácio, Daniel Negreiros, é muito importante que essa conscientização seja feita desde a infância para formar uma relação saudável com o orçamento na vida adulta, evitando compras impulsivas e até a criação de dívidas. Os números expressam a urgência e importância dessa atitude: de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quatro a cada dez brasileiros estavam em situação de inadimplência em dezembro de 2023. São ao todo 66,12 milhões de pessoas com dificuldades para pagar suas dívidas.
Para mudar esse quadro para as gerações futuras, Daniel explica as diferentes formas que o mundo das finanças pode ser apresentado. “De início, o exemplo prático é a melhor forma de estimular a criança a também querer adotar práticas econômicas. Os filhos aprendem copiando os comportamentos dos pais, então se a criança observar práticas controladas com o dinheiro, gastos feitos com itens necessários, de forma planejada, quando tiver liberdade de comprar produtos por conta própria, ela também buscará poupar instintivamente”, orienta.
Alinhada a essa liberdade, o contador sugere estipular metas e determinar um período de tempo que o dinheiro recebido precisará durar. E outra dica é, ao dar a mesada, ensinar os filhos a manter um controle por escrito do que gastou ao longo do dia ou semana.
“No próprio caderno da escola, pode-se fazer um registro com as datas e as quantias que eles receberam e gastaram. Depois, o saldo obtido passa sempre pela verificação dos pais para que eles possam ser orientados sobre o que querem fazer com o dinheiro que sobrou, ou por que gastou tão rapidamente e outras questões”, ensina o docente para que, de forma leve, conceitos sejam ensinados.