A Casa de Zoé e a Bobox Produções, dois empreendimentos culturais natalenses que movimentam há anos a cena teatral e audiovisual do estado, estão juntos agora no mesmo lar. As duas produtoras foram instaladas na sede da Fundação Hélio Galvão, no bairro do Tirol. A ideia é que a iniciativa cultural venha a ser um aglutinador de ainda mais ideias e projetos artísticos para as duas iniciativas. A instituição teve sua estrutura revitalizada recentemente, para receber novos projetos.
Atriz com larga experiência em teatro, cinema e televisão, a seridoense Titina Medeiros idealizou em 2013 a Casa de Zoé como um ambiente de pesquisa e criação cênicas. Ao lado da Bobox Produções, empresa parceira fundada e administrada pelo produtor Arlindo Bezerra, o projeto se consolidou e se materializou fisicamente, dividindo e ocupando um imóvel que esbanja inúmeras qualidades.
A cessão da sede da Fundação Hélio Galvão está sendo vista como um verdadeiro presente para Titina, Arlindo e toda a trupe de artistas que compõem a Casa de Zoé, como é o caso do ator e diretor César Ferrário. Depois de uma ampla reforma estrutural, o espaço está funcionando como escritório para Casa de Zoé e Bobox, ao mesmo tempo em que está sendo preparado para servir de celeiro criativo às mais diversas produções culturais.
Após a reforma que durou cerca de quatro meses, Arlindo fala sobre a parceria com a instituição cuja história, iniciada nos anos 80, traduz-se numa longa trajetória de apoio à cultura potiguar. “O Estúdio Teatro vem se consolidar como um espaço de intersecção entre a Casa de Zoé e a Bobox Produções, que atuam com teatro, cinema e música. Estamos muito gratos pela cessão do espaço físico da Fundação Hélio Galvão, que revitalizamos e cuidaremos com muito carinho”, explicou.
O novo espaço já está sendo bem usado, para a montagem do novo espetáculo da Casa de Zoé. O texto, assinado por César Ferrário em parceria com o escritor Márcio Benjamin, é inspirado na literatura fantástica latino-americana, e no cordel nordestino. “Esse espaço vem coroar as possibilidades de aprimorar mais ainda aquilo que já está sendo feito, porque uma ferramenta cultural dessa, dentro da sua condição de multiuso, nos permite muita coisa, como novos espetáculos, gravar os álbuns das nossas obras, planejar, pensar, trabalhar”, comemora.
A Fundação Hélio Galvão foi criada em 1986 e é fruto de um desejo do patrono que, quando faleceu, pediu para que o seu acervo, em torno de 10 mil livros, fosse cuidado e disponibilizado para o público, para fins de pesquisa. “Naquele momento, nós entendemos que era necessário criar uma entidade fundacional. Todos os filhos abrimos mão do nosso quinhão de herança para constituir a entidade que recebeu o seu nome, Hélio Galvão”, relatou Dácio Galvão, secretário de cultura de Natal.