Uma banda de carnaval libertária, criada em dia de blackout, inspirada nos povos bárbaros da Idade Média, influenciada pelo frevo das ladeiras de Olinda e que sacaneava a ditadura em uma cidade careta e conservadora. Essa é apenas uma das inúmeras versões da Bandagália, que marcou época e mudou a cultura do carnaval de Natal nos anos 1980.
Criada por um grupo de jovens de classe média recém-formados, a Bandagália arrastou foliões de 1981 a 1990, quando a insegurança venceu a alegria. Mas a semente foi plantada e deixou muitos frutos, que permanecem nas ruas da cidade até hoje.
Essa história é contada no livro “Bandagália, o reinado da irreverência”, do jornalista Rafael Duarte, e com lançamento dia 1° de fevereiro (quinta-feira), a partir das 19h, no 294 Bar e Restaurante, em Petrópolis. O livro sai pela editora do Sebo Vermelho e a impressão da OffSet Gráfica.
Durante a festa de lançamento, além de um momento de autógrafos com o autor e os fundadores da Bandagália, haverá uma orquestra de frevo para animar os antigos e novos foliões. O livro conta ainda com o prefácio de Vicente Serejo e a orelha de Woden Madruga, os dois jornalistas que mais divulgaram os bastidores, os perrengues, as festas e saídas da Bandagália durante uma década.
Os gauleses
A Bandagália tem origem na mítica Casa da Gália, localizada na praia da Redinha, onde um grupo de amigos bons de copo passava o veraneio no final dos anos 1970. Consumindo quantidades industriais de cachaça e comendo tudo o que viam pela frente, incluindo uns aos outros, a turma ficou conhecida na cidade como “os gauleses”, uma referência à história de Asterix, Obelix e companhia.
Um belo dia, decidiram convidar a cidade inteira para uma farra coletiva. E nasceu uma banda de carnaval. O começo, o meio e o fim dessa epopéia está guardado em quase 200 páginas do livro.